Maria Amélia de Alcançars nasceu no início do século XIX, aproximadamente 1815, num lugarejo próximo à Normandia.
Desde criança, sentia muita necessidade em ajudar as pessoas, mas sua família, muito abastada, recusava-se à caridade.
Quando chegou à mocidade, fez a escolha religiosa, ingressando no Convento Católico das Madalenas e lá recebeu o nome de Maria de Agda, pois era deste lugar, Agda, que se originava.
No convento, era sempre muito ativa e logo recebeu muitas atribuições, pois a moça dedicava-se com muito afinco às questões organizacionais da instituição religiosa.
Conforme o tempo passou, Agda tentou imprimir, sem sucesso, os ensinamentos do Cristo naquela casa, porque verificava que lá bem pouco se entendia e exercitava destes postulados realmente. Havia, infelizmente, muita dor. Triste e equivocadamente, eram ali exercitados muitos tipos de orientações arbitrárias, até mesmo cultivando-se uma espécie de escravidão daqueles seres que mais necessitavam de auxílio do que de punição.
Irmã Maria de Agda, não querendo entrar em confronto com as outras irmãs e nem com a superiora, tratava de cuidar das feridas morais e espirituais dos sofredores, amando-os e respeitando-os de forma cristã.
Ela era a fonte de água pura mais direta para as sofridas adolescentes, que eram para lá enviadas em reclusão e viviam, praticamente, escravizadas.
Agda foi por diversas vezes severamente castigada pelas irmãs superioras, sendo uma vez marcada a ferro quente por uma inscrição que dizia: “sou de Cristo e farei o que ele disser pra mim”.
As superioras entendiam tal afirmação de forma equivocada, pois achavam que tais escritos ordenavam para que agissem sempre com extremo radicalismo, firmes e insensíveis e que, isto, era a verdadeira caridade.
Agda até hoje mantém plasmada a tal inscrição, mesmo já sem o corpo material, pois afirma mesmo que é de fato uma irmã em Jesus e que muito conscientemente fará ao próximo e a si mesma, o que o Mestre nos disser.
Durante longos anos viveu naquele lugar, sempre auxiliando ao próximo e cuidando para nunca entrar em atrito com as irmãs freiras. Fazia um pedido a Jesus para que pudesse enviar seus anjos para que esclarecessem àqueles orientadores da Igreja, a Boa Nova.
Todavia, apesar de todo desvelo e dedicação da nobre Agda, a cegueira espiritual ainda habitava na instituição religiosa. Agda possuía uma doença, que abria feridas em suas mãos. Certa vez, nossa irmã foi em auxílio de uma jovem freira que estava reclusa, no castigo. Quando fora vista consolando a interna, num dos quartos escuros que serviam de clausura, Maria de Agda sofreu reprimendas terríveis.
A irmã superiora, uma triste senhora em desequilíbrios, obrigou-a a mergulhar as mãos dilaceradas pelas feridas abertas, num recipiente com vinagre e limão – o que a deixou ainda mais enferma, pois a infecção se intensificou. Entretanto, nunca, Maria de Agda afirmou estar arrependida em ajudar a mocinha no castigo, quando a acalentava com fraternidade, assim como a tantos que necessitaram de sua intervenção cristã.
Aos 55 anos de idade, Agda retorna à pátria espiritual, vítima de febre altíssima num dos conventos das Madalenas e em espírito, permaneceu auxiliando ainda naquele lugar. Continuou o serviço caritativo a tantas mocinhas sofridas e também àquelas irmãs católicas. E mesmo agora em outro plano, nunca deixou de utilizar os verdadeiros princípios e postulados do mestre Jesus.
Muito também trabalhou ainda em espírito, junto a tantos outros amigos espirituais, pela extinção daqueles tipos de organizações religiosas, já que não serviam como deveriam e estavam totalmente envolvidos pelos afins que se compraziam com a dor alheia.
Felizmente, tais locais foram realmente fechados muitos anos depois e Agda, depois de um período envolvidíssima pela obra de Jesus, firmou compromisso, atuando também nas requisições do auxílio ao próximo e nas solicitações organizacionais, junto a instituição “Lardapreciana”.